De
fato muitas espécies introduzidas por humanos levaram a extinções e reduziram
importantes serviços ecológicos. A malária aviana, introduzida no Havaí junto
com aves não-nativas por Europeus, matou mais da metade das espécies nativas. O
mexilhão-zebra Dreissena polymorpha,
originário da Rússia e introduzido na América do Norte, e o mexilhão-dourado Limnoperna fortunei, originário do sul
da Ásia e introduzido na América do Sul, se tornaram um grande problema por
bloquearem canos de distribuição de água.
Mexilhão-zebra, espécie invasora na América do Norte
Mas
a maioria das alegações sobre o papel destrutivo de espécies invasoras se
baseiam em Wilcove et. al (1998), que alegam que espécies invasoras são a
segunda maior ameaça a espécies ameaçadas após a perda de habitats, mas isso é
pouco suportado por dados. Na verdade, em muitos casos a introdução de espécies
aumentou a riqueza de espécies numa região.
Os
efeitos de uma espécie invasora que não causa problemas agora pode se tornar
uma preocupação no futuro, mas o mesmo se aplica a espécies nativas. O status
de nativo não indica um efeito necessariamente positivo. O inseto que mais
ameaça as árvores na América do Norte é uma espécie nativa de besouro, Dendroctonus ponderosae. Muitas espécies
de árvores frutíferas introduzidas se tornaram importantes fontes de alimento
para aves locais, atraindo-as e assim auxiliando inclusive a dispersão de
espécies nativas.
A ideia não é defender as espécies invasoras em todos os casos, mas incitar uma abordagem mais analítica da situação. Em vez de cegamente condenar uma espécie apenas por não ser nativa, os planos de manejo precisam se basear em evidências empíricas e não em alegações infundadas.
A ideia não é defender as espécies invasoras em todos os casos, mas incitar uma abordagem mais analítica da situação. Em vez de cegamente condenar uma espécie apenas por não ser nativa, os planos de manejo precisam se basear em evidências empíricas e não em alegações infundadas.
Fonte principal: Davis et al., 2001. Don’t judge species on their origins. Nature, 474, 153-154.
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